segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Simone faz show em Brasília


28/10/2013 15h53 

Repertório traz músicas de Marina, Rita Lee e até Fernanda Montenegro.
Espetáculo acontece nesta quinta-feira (31), no Teatro da Unip, às 21h.

Do G1 DF
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Simone faz show em Porto Alegre (Foto: Divulgação/Site Simone Bittencourt)Cantora Simone faz show em Brasília (Foto: Site Simone Bittencourt/Divulgação)
A cantora Simone sobe ao palco do Teatro da Unip, na 911 Sul, em Brasília, nesta quinta-feira (31), a partir das 21h. A turnê "É melhor ser" tem como base o álbum de mesmo nome, que deve ser lançado ainda este ano. Os ingressos custam R$ 60 (meia-entrada).
Cinco anos depois de se apresentar ao lado de Zélia Duncan no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Simone traz para a capital federal um show com canções de compositoras que foram importantes durante a carreira dela, como Rita Lee, Joyce Fátima Guedes, Marina Lima e Sueli Costa.

Entre as novidades do espetáculo, está a música “A propósito”, parceria de Simone com a atriz Fernanda Montenegro. A artista também apresenta versões para as consagradas “Charme do mundo”, de Marina e Antônio Cícero, “Mutante”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, “Acreditar”, de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, e “Descaminhos”, de Joanna e Sarah Benchimol.

O show tem direção geral da atriz Cristiane Torloni. Simone sobe ao palco acompanhada pelo pianista Leandro Braga, o guitarrista e violonista João Gaspar, o contrabaixista Bruno Migliare, o baterista Christiano Galvão e o percussionista André Siqueira.

É melhor ser – show com a cantora Simone

Data: quinta-feira (31)
Horário: 21h
Local: Teatro da Unip (911 Sul)
Ingressos: R$ 60 (meia-entrada); R$ 120 (inteira)

Roberto Carlos se diz a favor de biografia não autorizada, desde que haja "certos ajustes"



 
Da folha DE SÃO PAULO.
O cantor Roberto Carlos disse que é a favor da publicação de biografias sem autorização prévia, desde que haja "certos ajustes" à legislação vigente. A afirmação foi feita no programa "Fantástico", em entrevista à apresentadora Renata Vasconcellos exibida na noite deste domingo.
Sem especificar que mudanças defende, o cantor afirmou também ser favorável ao projeto de lei sobre biografias que tramita no Congresso. Se aprovada, a proposta modificará a legislação atual, permitindo que obras sejam publicadas sem a necessidade de anuência do biografado.
Questionado sobre o que propõe quanto à publicação de biografias, o cantor foi evasivo e disse ser necessário "conversar" e "discutir" para "chegar a um equilíbrio".E defendeu a aplicação de regras "que não prejudiquem nem o biografado nem o biógrafo".
Em 2007, Roberto Carlos tirou de circulação a biografia "Roberto Carlos em Detalhes", escrita pelo jornalista Paulo César de Araújo.
A entrevistadora perguntou se ele hoje liberaria o livro, ouvindo como resposta que "isso tem que ser discutido". "O biógrafo faz um trabalho e narra aquela história que não é dele. Quando ele escreve, ele passa a ser dono dessa história. Isso não é certo."
Para o músico, a possibilidade de recorrer à Justiça depois da publicação da obra é "um pouco tardia". "Todo mundo já viu pela internet, alguns já compraram os livros. isso não funciona."
O músico negou que seu posicionamento seja relacionado ao acidente que lhe fez perder parte da perna direita, história contada na biografia escrita por César de Araújo.
"Pessoas têm dito que sou contra [a publicação de biografias sem autorização prévia] por causa do meu acidente, não é isso, não", disse.
Na entrevista, Roberto Carlos anunciou que está escrevendo uma autobiografia abordando o que acha ter "realmente sentido" em relação àquilo que viveu. "Ninguém poderá contar do meu acidente melhor que eu."
Roberto Carlos é um dos fundadores do Procure Saber, grupo que reúne também Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Erasmo Carlos e Djavan.
O grupo é favorável à necessidade de autorização prévia para biografias e diz que pretende entrar como parte interessada na ação que questiona a legislação vigente no Supremo Tribunal Federal.






domingo, 27 de outubro de 2013

Derramamento de óleo expõe outros problemas que afetam o Lago Paranoá

 O assoreamento e o despejo de dejetos são algumas das irregularidades identificadas no reservatório. Só neste ano, a Adasa mapeou 173 pontos de esgoto e captação clandestinos no local



Técnicos da Petrobras ficam atentos ao trabalho de contenção do óleo que se espalhou pelo lago há 10 dias  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )
Técnicos da Petrobras ficam atentos ao trabalho de contenção do óleo que se espalhou pelo lago há 10 dias
A mancha de óleo que apareceu há 10 dias no Lago Paranoá expõe as fragilidades do espelho d’água. Destino de lazer dos brasilienses, segunda casa de atletas e fonte de renda para alguns, o espaço está suscetível a muitos riscos, que podem comprometer o tamanho e a qualidade do reservatório. O vazamento do produto derivado do petróleo por meio da rede de galeria pluviais, que contaminou a água, matou animais e suspendeu algumas atividades, é uma das ameaças. O assoreamento, o despejo ilegal de lixo e esgoto e a ocupação desenfreada da orla também são situações preocupantes.

Embora as suspeitas da origem do vazamento apontem para as caldeiras do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e para as obras de recapeamento do Programa Asfalto Novo, do GDF, muitos dos problemas esbarram na falta de conscientização da comunidade. Ações corriqueiras, como limpar calçadas e carros com mangueira e jogar o papel higiênico no vaso sanitário, também podem provocar danos irreparáveis ao reservatório. A água usada na lavagem de rua entra nas bocas de lobo, cai nas galerias pluviais e tem endereço: o lago. Leva sujeira, restos de óleo, graxa e até pedaços de pneus.

Presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Paranoá, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Salles faz um alerta: “O vazamento de óleo é um sinal de que há outros problemas da mesma natureza na rede de drenagem”, opinou. Segundo ele, o esgoto jogado clandestinamente nesse sistema é um dos principais riscos a que o lago está exposto.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Companhia de dança Mário Nascimento se apresenta no Teatro da Caixa




Três peças serão apresentadas. Os dançarinos ainda contam com instrumentos musicais


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Rebeca Oliveira
 Oito bailarinos integram a trupe que se apresenta na cidade (Marco Aurelio Prates/Divulgação)
Oito bailarinos integram a trupe que se apresenta na cidade

A companhia de dança Mário Nascimento faz 15 anos. Desde a estreia, Mário e seus dançarinos carregam prêmios de peso: o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), conquistado em 1998, é um bom exemplo. Tamanho reconhecimento só poderia ser celebrado no palco: desta sexta a domingo, a companhia apresenta a trilogia Escapada, Território nu e Nômade, no Teatro da Caixa.

As três peças representam os maiores sucessos da companhia. Escapada conta a história de retirantes e imigrantes em busca de um recanto. Um reflexo da trajetória de Nascimento, que migrou de Cuiabá para São Paulo. “Ironizávamos tudo — inclusive a própria arte”, recorda o diretor. Além de atuarem como bailarinos, os artistas da companhia cantam, têm falas e tocam instrumentos durante a apresentação.

Nômade demonstra que a companhia não precisa pertencer a um lugar. “Não tínhamos uma sede física e isso era um incômodo. Mas descobrimos que não precisamos disso: somos itinerantes”, afirma Nascimento, atualmente radicado em Belo Horizonte.

Espetáculos da Cia. Mário Nascimento

15 anos da companhia de dança, com espetáculo Escapada, nsta sexta (25/10), às 20h; Território nu, sábado, às 20h; e Nômade, domingo, às 19h; Teatro da Caixa Cultural (SBS, Q. 4, Lt. 3/ 4; 3206-9448). Ingressos: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia entrada para estudantes, maiores de 65 anos, professores, funcionários e clientes da Caixa e doadores de um brinquedo). Não recomendado para menores de 12 anos.
Programação das oficinas de arte e dança

15 anos da companhia de dança Mário Nascimento. Oficina de dança contemporânea com Mário Nascimento, hoje, das 11h às 13h; e oficina de arte integrada, com Rosa Antuña, amanhã, das 14h às 15h, no Teatro da Caixa (Setor Bancário Sul, Quadra 4; informações 3206-9448). Inscrições gratuitas pelo e-mail contato.ciamn@yahoo.com.br. Não recomendado para menores de 12 anos.

Confira entrevista com o diretor e coreógrafo Mário Nascimento

O que mudou entre Escapada e Nômade, primeiro e último trabalho da companhia?

Mudou tudo (Risos). Quando fiz meu primeiro trabalho (Escapada, em 1998) logo de cara ganhei o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Nos apresentamos na Europa e tivemos criticas muito bacanas. Eu queria conquistar o território e consegui. Mas, a realidade da arte e de fazer a companhia se fixar no mercado é árdua. Escapada era um cara pedindo carona, desesperado, indo a algum lugar e buscando conquistar algum espaço. Éramos eu e o Fábio Cardia. Com um espírito rock n’roll, ironizávamos tudo -- inclusive a própria arte. Nos 15 anos do grupo, resolvi voltar com o espetáculo Escapada nessa trilogia. Tratava-se da história de retirantes e imigrantes, que era o meu caso. Nasci em Cuiabá e fui muito cedo para São Paulo. Uma capital imensa, insana e maluca. Logo depois, fiz meu território, consegui me fixar. E aí que surge Território nu, que fala sobre delimitar as fronteiras. Já no Nômade, eu mudei. Se em Território nu o grupo e a companhia estavam se fixando, em Nômade, vemos que não precisamos de um lugar, e sim de um não-lugar. É um paradoxo, mas em cada espetáculo colocamos um ponto de vista diferente.

Não preciso delimitar fronteiras e sim estar no mundo, e é o que nós colocamos em nossas apresentações. O artista tem que se "desterritorializar" e gritar para o mundo suas criações.

O fato da companhia mudar de São Paulo para Belo Horizonte influenciou?

Fui mudando minha maneira de ver o mundo e a condição do artista e da minha companhia no universo, em lugares que ela tem que estar. Nós não tínhamos uma sede física e isso era uma incomodo para a companhia. Mas, descobrimos que não precisamos disso: somos itinerantes. Hoje, estamos em Belo Horizonte. Embora esse elenco esteja junto há certo tempo, as pessoas vão e voltam.

Mais que bailarinos, os artistas cantam, têm falas e tocam instrumentos durante a apresentação. Isso marca o trabalha da companhia?

Trabalhamos com impacto. Isso se nota nos três espetáculos. Discutimos a dança, a música (tanto a trilha sonora quanto a voz) e a pesquisa artística. A metalinguagem é uma característica nossa. A coreografia não existe e não se casa sem um trabalho de voz e movimento, um leva ao outro. Depois, há uma fusão dos três elementos. No caso da dança, não vejo só o movimento pelo movimento, mas enxergo-o como uma encenação. É possível trazer outros elementos para o meu trabalho. A minha curiosidade é estar em todos esses lugares. É o meu complexo de Bob Wilson, um excelente coreógrafo e diretor norte-americano.

Como as três apresentações dialogam entre si?

Existe um paralelo entre elas e em cada movimento exige uma mudança. Um grupo, para se manter, tem que estar em constante estado de evolução. Eu provoco muito meu elenco para que ele não fique só naquele lugar. O espetáculo se altera a cada apresentação. O diálogo com o público se estabelece através da dúvida. Trabalho com muita provocação. Oriento meus bailarinos a fazer determinadas ações em momentos diferentes. Falo com que o elenco pense sempre na escapada.

A improvisação é uma marca forte da companhia?

Essa é uma marca muito forte do grupo. Estudamos muito o improviso, pois ele é muito rigoroso. Existe uma consistência e ele se dá dentro de um universo. Existe um policiamento, mas não um cerceamento. Isso faz com que escapemos do lugar em que estávamos habituados, não saindo desse campo, mas o ampliamos: é daí que vem o espetáculo Território. É o trabalho que eu faço com a Rosa Antuña e o Fábio Cárdia, que cria todas as trilhas nesses 15 anos da companhia. Ele faz um trabalho de pesquisa, composição e criação a partir de um improviso de ambas as partes até que encontremos nosso elo. Estabelece uma duvida no público: onde está a coreografia, e onde está a improvisação?

É necessário assistir aos três espetáculos para entender o universo artístico da companhia ?

É bacana assistir aos três, eles se independem, mas não tanto. É possível estabelecer conexão entre eles e ter uma compreensão um pouco melhor do trabalho da companhia. Mas eles sobrevivem sozinhos, já tivemos turnê de cada um deles em separado. É muito bom poder fazer os três em sequencia, é rico para o grupo e para o público. Da uma ideia desse processo de construção, desde a trilha, que é transita entre o poético e o rock n’roll.

sábado, 26 de outubro de 2013

Diversão e arte - sabadão em Brasília

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Grupo 3 Encena Obra sobre Assédio Moral

Dirigida por Grace Passô, com Débora Falabella e Yara de Novaes no elenco,  Contrações, do inglês Mike Bartlett, estréia dia 19 de outubro, no CCBB. A peça tem sessões aos sábados, às 17h30 e 20h; aos domingos, 18h, e às segundas, 20h.

O quarto espetáculo do Grupo 3 de Teatro constitui prato cheio para os criadores habituados a transformar tudo em ação: a palavra, o gesto, o espaço, a luz, a sonoridade e tudo mais que estimule o jogo de cena. Desde o ventre de seu nome, Contrações, a peça do inglês Mike Bartlett já sinaliza as potencialidades físicas e faladas. Os diálogos enxutos, a codependência de quem comanda e é comandado, o rumor do assédio moral e a circunscrição de um ambiente corporativo são algumas das possibilidades formais e temáticas operadas pela diretora Grace Passô e pelas atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes.
Nos tempos atuais, em que o conceito de gestão transborda para o campo pessoal – a vida a ser administrada por “você sociedade anônima” –, Bartlett é cirúrgico em seu diagnóstico e prescrição dramática. Para demonstrar o processo transformador do sujeito e de sua consciência em coisa, o autor radica a concisão de linguagem. O verbo é desferido entre quatro paredes como um sistema de agressões reiteradas para anular a subjetividade alheia. Velha estratégia dos regimes de opressão cada vez mais aplicada à nova ordem mercantil das relações.
É nesse lugar que a gerente de uma grande corporação vai manipular uma funcionária, confundindo deliberadamente aspectos profissionais e privados. Logo na primeira vez em que Emma pisa a sala e abre uma série de conversas informais com a gestora inominada, ela é instruída a ler uma das normas do contrato trabalhista que assinara. Aquela em que são vedados aos funcionários se apaixonar ou manter relações sexuais, curto e grosso assim, sob o álibi de evitar injustiças ou discriminações.
Bartlett, de 33 anos, não abre mão da ironia e do humor, independente do grau de violência a que Emma, interpretada por Débora Falabella, é submetida segundo a lógica cruel daquela que a provoca, na atuação de Yara de Novaes. A desconstrução cumulativa do sujeito é avassaladora a cada reunião a sós. Com medo de perder o emprego, Emma submete-se às perversões de quem a interpela e invade sua intimidade. O açodamento vai às últimas consequências, feito o impiedoso retrato da condição humana composto por George Orwell no romance 1984.
No seu primeiro texto encenado, My Child (2007), Bartlett abordou as agruras de um pai recém-divorciado em busca de acesso ao filho. Em Cock (2009), a sexualidade masculina é colocada em xeque após uma separação. Invariavelmente, ele perpassa a instância do íntimo e tem espaço cativo entre as produções do Royal Court Theatre, renomado centro internacional de pesquisa, formação e fomento a novos autores.
Em oito anos de formação, o Grupo 3 consolida uma identidade coerente ao desvelar tensões em vez de recorrer a procedimentos criativos convencionais na hora de contar uma história no palco. Seus trabalhos convocam o espectador à cumplicidade na jornada pelo desconhecido, estranho, deslocado. Basta citar a disponibilidade em circular pelo interior paulista, em abril passado, expondo o processo criativo de Contrações, ora estreando temporada no CCBB-SP. Cada sessão foi seguida de escuta do público sobre os experimentos tateados pela equipe, contribuições valiosas para efetivar as escolhas estéticas e poéticas.
 
Grace Passô
Convidada a encenar a peça, a também dramaturga e atriz mineira Grace Passô é conhecida pela inventividade ao dosar contundência e delicadeza. Registros que também imprime enquanto escritura cênica, para além do texto, não importando os pendores absurdos ou grotescos nele contidos. Na primeira parceria com o Grupo 3 de Teatro, ela encontra interlocutores com fôlego para extrair dos subtextos da obra inglesa outros paradigmas sobre os sentidos da arte. Procura evitar, por exemplo, leituras moralizantes ou maniqueístas, deixando o espectador livre em suas percepções.
De fato, o caráter da obra aberta e capaz de discutir o próprio campo do fazer teatral, suas razões, superações e limites, é um dos traços marcantes no pensamento de Grace Passô. Vide a segurança com que conduziu o Grupo Lume em Os Bem-Intencionados (2012), uma simbiose de gerações. E a pesquisa continuada desenvolvida junto ao Grupo Espanca!, de Belo Horizonte, que deu frutos como Por Elise (2005), Prêmio Shell de Teatro de melhor autora em São Paulo; Marcha para Zenturo (2010), parceria com o Grupo XIX de Teatro; e O Líquido Tátil (2012), direção do também autor argentino Daniel Veronese, referência da cena portenha contemporânea.
Em recente mostra de repertório realizada no Teatro Sérgio Cardoso, o Grupo 3 compartilhou a memória dos espetáculos de que é feito. O público viu ou reviu A serpente (2005), de Nelson Rodrigues, dirigido por Yara de Novaes; O Continente Negro (2007), do chileno Marco Antonio de La Parra, por Aderbal Freire-Filho; e O Amor e Outros Estranhos Rumores – 3 Histórias de Murilo Rubião (2010), também por Yara de Novaes.
Débora Falabella e Yara de Novaes, portanto, são criadoras curtidas nessa entrega incondicional ao ofício. Princípio que está na gênese do núcleo cofundado ainda pelo produtor Gabriel Fontes Paiva. Tal filosofia de trabalho é tributária da manutenção dos lanços com colaboradores como o cenógrafo e figurinista André Cortez, o músico Morris Picciotto, que assina a trilha original, e a tradutora Silvia Gomez, que verteu Bartlett para a oralidade do português. Todos – e mais o desenho de luz da convidada Alessandra Domingues – a bordo dessas Contrações, singrando mares de insensatez e plausibilidades que dizem muito sobre nossa época.
Valmir Santos
Jornalista, crítico teatral e editor do site Teatrojornal – Leituras de Cena

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Líderes europeus retomam cúpula marcada por escândalo de espionagem dos EUA.

 França e Alemanha convidaram os líderes a pedir esclarecimentos aos Estados Unidos e estabelecer as bases de novas regras para a cooperação entre serviços secretos


Bruxelas - Os 28 chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) reunidos em uma cúpula marcada pelos escândalos de espionagem americanos retomaram nesta sexta-feira (25/10) os trabalhos em Bruxelas. Na madrugada, os presidentes europeus se separaram com, sobre a mesa, o convite a se unirem a uma iniciativa impulsionada por França e Alemanha destinada a pedir esclarecimentos aos Estados Unidos e estabelecer as bases de novas regras para a cooperação entre serviços secretos.

A chanceler alemã, Angela Merkel, está entre os 35 líderes mundiais que teriam sido espionados pelos Estados Unidos (Fabrizio Bensch/Reuters)
A chanceler alemã, Angela Merkel, está entre os 35 líderes mundiais que teriam sido espionados pelos Estados Unidos

Até o fim do dia de trabalho, a tensão foi palpável diante da enxurrada de revelações sobre a espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, que teria chegado inclusive a colocar sob escutas 35 líderes mundiais, entre eles a chanceler alemã Angela Merkel. Na manhã desta sexta-feira (25) ao chegar à reunião, o primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, indicou que seu país se uniu à iniciativa lançada por Paris e Berlim que consiste em "tentar um trabalho comum com os serviços de inteligência tanto dos países europeus quanto dos Estados Unidos".

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A Grã-Bretanha aceitou o texto proposto por França e Alemanha, embora não tenha assinado a iniciativa. Na quinta-feira foram reveladas informações segundo as quais não apenas os americanos teriam espionado a Itália, mas também os britânicos. Os serviços de inteligência britânicos, segundo documentos revelados pelo ex-consultor informático da NSA, Edward Snowden, têm acesso a cabos de fibra ótica graças ao programa Tempora, o que faz deles uma peça chave na vigilância das comunicações mundiais.

Nesta sexta-feira, os trabalhos devem se concentrar no tema da imigração clandestina, três semanas depois da tragédia de Lampedusa, na Itália, quando mais de 360 imigrantes morreram em um naufrágio. Com o objetivo de evitar que estes dramas se repitam no futuro, os líderes europeus planejam principalmente reforçar a vigilância das fronteiras da UE. Sobre o conflitivo tema do asilo, que divide profundamente os países do norte da Europa e os do sul, o debate foi adiado a junho de 2014.

Durante sua reunião, os líderes europeus devem também dar sua aprovação a um acordo de associação de livre comércio com a Ucrânia, apesar das fortes reservas da Rússia, que quer manter Kiev sob sua esfera.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Arruda e Roriz podem estar juntos em 2014 e já organizam grupo político.

 Um dos mentores dessa estratégia é o advogado Antônio Gomes, secretário-geral do PR, coordenador de campanha de Arruda em 2006 e que ocupou vários cargos importantes na gestão de Roriz

Publicação: 24/10/2013 06:02 Atualização:

 (Ed Alves/CB/D.A Press)

Os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB) podem estar juntos nas eleições de 2014 e já negociam apoio para a formação de um amplo grupo político. Um dos mentores dessa estratégia é o advogado Antônio Gomes, secretário-geral do PR, coordenador de campanha de Arruda em 2006 e que ocupou vários cargos importantes na gestão de Roriz. Em entrevista ao Correio, Antônio Gomes afirmou que “Arruda só não disputará a eleição se o matarem ou se for impedido pela Justiça”.

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O advogado, que é braço-direito de Arruda, garante que os dois caciques enterraram as mágoas do passado em torno do projeto de voltar ao Palácio do Buriti . “Eles esqueceram as diferenças por uma questão pragmática e estão se juntando porque são inteligentes, são líderes e precisam ganhar a eleição. E só vão chegar lá se fizerem isso juntos”, acredita Antônio Gomes.

Roriz e Arruda se encontram com frequência em Brasília e em São Paulo para definir a formação de uma frente de centro-direita, que pode reunir partidos como DEM, PSDB e PPS. Mas, com problemas jurídicos que podem frustrar os planos da dupla, também não se furtam a debater um plano B. “Eles vão estar juntos nas eleições de 2014, não tenho dúvidas. Se um não puder ser candidato, o outro será. Arruda e Roriz têm esse acordo”, garante Antônio Gomes.

O ex-governador José Roberto Arruda entrou no PR no último dia do prazo para filiações. Ele será candidato ao governo?

Arruda é candidatíssimo. Ele só não disputará a eleição se o matarem ou se for impedido pela Justiça. Ele quer voltar para concluir as mais de duas mil obras que ele começou. O sentimento que ele tem é que fizeram uma grande armação para tirá-lo do poder. E tiraram. Do contrário, ele seria reeleito. Estava no auge da popularidade, com mais de 82% de aprovação. E o Arruda será representante de um grupo político forte. Há um bloco de partidos que vem conversando com ele e que é grupo de peso. Temos PSDB, o PPS, que tem hoje a Eliana Pedrosa, uma companheira nossa de muitas lutas, tem o DEM e outros vários partidos.

E se ele for considerado inelegível pela Justiça?
Nessa hipótese, ele apoiará um companheiro dentro de sua base aliada. Há pelo menos uma meia dúzia de nomes conhecidos e capazes de governar a cidade. A união com Roriz vem sendo trabalhada. Eles têm muitas diferenças, mas estão esquecendo tudo, de maneira pragmática para juntos ganharem a eleição.

Como estão as negociações entre Arruda e o ex-governador Joaquim Roriz?
O Arruda tem conversado muito com o governador Roriz. Eles se encontraram três vezes aqui em Brasília só no mês passado e vêm se encontrando em São Paulo. E vão se reunir muito mais ainda porque estão afinadíssimos. Arruda e Roriz vão estar juntos nas eleições de 2014, não tenho dúvidas. Se um não puder ser candidato, o outro será. Eles têm um acordo.

A relação entre eles ficou muito estremecida porque o Arruda imaginava que Roriz fosse o mentor da delação premiada do Durval Barbosa. As mágoas ficaram no passado?
Eles esqueceram as diferenças por uma questão pragmática e estão se juntando, porque são inteligentes, são líderes, e precisam ganhar a eleição. E só vão chegar lá se fizerem isso juntos. Então, eles esqueceram do passado e estão tratando dos interesses comuns. As mágoas foram esquecidas, está prevalecendo o pragmatismo.

E se nenhum dos dois puder disputar?
Se nenhum dos dois puder, eles vão se sentar e escolher um terceiro nome. Esse é o quadro. Se os dois puderem, como não pode haver divisão, eles vão se sentar, trancar a porta, e ao fim da reunião dizer habemus papa, ou melhor, habemus candidato.

O senhor já foi do Ministério Público e atualmente é advogado. Como o senhor analisa a situação jurídica do Arruda, que foi cassado por infidelidade partidária? Acha que ele vai conseguir registrar candidatura na Justiça Eleitoral?
Hoje, ele não tem nenhum impedimento, está totalmente livre para ser candidato. Caso seja impedido no futuro, veremos o que fazer. É claro que a gente tem que pensar nisso, estamos atentos a todos os movimentos, mas não acredito que isso vá acontecer. Há muitos processos que ele responde, muitos deles por injustiça e perseguição política. É uma batalha judicial que ele vai enfrentar mas os advogados estão muito preparados e otimistas.

Na sua avaliação, quem seria mais forte, Roriz ou Arruda?
As pesquisas mostram hoje Arruda, em qualquer cenário, está em primeiro lugar. Pertinho do Roriz, mas Arruda está na pole position. Os dois estão muito bem em qualquer cenário. Roriz e Arruda têm a consciência de que devem estar juntos para vencer. Todos nós temos essa consciência, de que sozinhos não vamos a lugar nenhum. Hoje, há uma vontade determinada desse bloco liderado por Roriz e por Arruda de estar junto.

O Paulo Octávio sempre foi alinhado com o seu grupo, mas hoje está no PP, um partido ainda na base governista. Acha que poderão estar juntos?
O Paulo Octávio é um homem desse grupo político e estamos certos de que vamos estar juntos. Mas está muito longe da eleição e ainda tem muita água para rolar. Acho que vai haver esse alinhamento e que o PP virá se alinhar conosco. Cada dia que passa o cenário vai se descomplicando.

Como o senhor avalia os potenciais adversários?
A esquerda estará muito dividida, com três ou quatro candidatos, o que nos favorece. Do lado de cá, nós vamos sair juntos. Com a esquerda rachada, se estivermos unidos, vamos ganhar a eleição no primeiro turno.

O Arruda está disposto a enfrentar uma campanha, em que os escândalos de 2007 serão todos ressuscitados?
Ele foi para São Paulo, mas o domicílio eleitoral continua aqui. Ele tem um sentimento muito forte de que ele foi apeado, abatido do poder, de que fizeram um complô para derrubá-lo. Depois dessa fase grande de sofrimento, ele está bem de saúde e psicologicamente, disposto a ir para o enfrentamento. Será uma oportunidade para ele explicar o que aconteceu e retomar um projeto que foi bruscamente interrompido. Ele tinha mais de 2 mil obras em andamento, muitas delas aí precisando ser terminadas. O Estádio Nacional, por exemplo, é um projeto do Arruda, a Torre Digital também. Muitas dessas obras que o Agnelo concluiu eram do Arruda. E foi uma coisa importante, porque eram obras para a cidade. O projeto foi interrompido e ele quer retomar o trabalho. É sonho dele voltar e completar isso.

Depois de ameaças de rompimento, o PMDB decidiu manter a aliança com o PT para 2014. Como o senhor avalia esse movimento?

Há três ou quatro meses, a gente ainda achava que o Filippelli poderia sair e vir liderar esse grupo, mas não deu certo. Ele externou o desejo dele, do partido dele, de renovar a aliança com o PT, com o Agnelo. A decisão do Filippelli foi importante porque houve uma definição do quadro político. Isso ajudou a dar uma clareada no cenário. A avaliação que a gente tem é que isso foi bom, demarcou terreno e de certa forma ajudou os entendimentos do nosso grupo. Mas foi caminho sem volta, agora ele não sai mais. O Filippelli tomou o rumo dele, foi atitude correta, mas isso também fez com que o nosso grupo se unisse mais ainda.

Quem será esse plano B? Muito se fala na deputada Liliane Roriz, filha do ex-governador…
Teremos o Roriz e o Arruda juntos, esse é o principal. Ela pode ser a vice, por exemplo. Tudo vai depender dos entendimentos. Se o Roriz for candidato, o Arruda o apoiará. Mas se não for, ele quer o apoio do Roriz. O acordo que eles estão tentando costurar é nesse sentido.

No plano nacional, quem poderá ser o candidato desse grupo? Aécio Neves?
O Arruda é amigo pessoal do Aécio, não estou vendo dificuldades na união desses partidos que citei em torno da candidatura do senador Aécio à presidência. É claro que o cenário nacional pode gerar uma dificuldade aqui ou acolá, mas que será superada. Com isso, alguém do PSDB pode ser candidato a vice ou ao Senado, as candidaturas majoritárias estão aí para serem negociadas.

O senhor foi coordenador da campanha do Arruda em 2006. Será de novo? Ou pretende disputar as eleições também?

Eu também sou candidato, ainda estou examinando o cenário para decidir se vou concorrer a deputado federal, distrital, ou suplente de senador. A suplência do Senado é sonho antigo. Na eleição passada postulei a suplência do Paulo Octávio, mas pelos entendimentos apoiamos o Adelmir Santana. Agora, tenho dito que é minha vez e não vou abrir mão. Mas só serei suplente se senador for um homem forte. Isso vai depender do cenário, mas temos quadros para isso.

Entre os integrantes do PR, quem será candidato?

Além de da minha candidatura, temos hoje no nosso partido um quadro de muitas pessoas com serviços prestados à cidade, como Bispo Renato, o deputado Aylton Gomes, o Dr. Charles e Rogério Ulysses. Temos coringas importantes como Jofran Frejat, que é homem respeitado na cidade e pode ser candidato a tudo, a governador, senador, federal, ou vice, já que ele tem uma folha enorme de serviços prestados a Brasília. O PR tem ainda o Laerte Bessa, que tem muito voto e é líder na área de segurança pública, e o senador Adelmir Santana, que também é uma reserva nossa. O PR está com uma nominata muito boa.

Alguns integrantes do PR demonstraram insatisfação e resistência à chegada de Arruda ao partido. Como lidaram com isso no diretório regional?
A cúpula do partido nos deu toda liberdade para fazermos as chapas e coligações que quisermos, sem patrulhamento, sem censura. Houve casos isolados de resistência por causa de cenários regionais.

E os integrantes do PR que estão no governo, como Bispo Renato, atual secretário de Trabalho? Isso gera constrangimento?
Ele resolveu isso com o governador Agnelo. Da nossa parte, não tem constrangimento. Nosso partido é democrático, tem gente de todas correntes.

A Flávia Arruda, mulher do ex-governador, será candidata?

Ela está no partido, é jovem, muito preparada. É uma moça inteligente, um quadro importante do partido como pré-candidata. Sou um dos que defendem a candidatura da Flávia. Acho que ela seria uma belíssima candidata a deputada distrital ou federal. Mas não sei se ela será candidata. Como primeira-dama, ela ajudou muito o governador na parte social. Se quiser ser candidata, terá todo o apoio do partido.