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TRAJETÓRIA
Silvia Correa de Faria nasceu em Astolfo Dutra, Minas Gerais. Filha do
funcionário público Waldemiro Correa de Faria e da dona de casa Marília
de Dirceu Oliveira Faria, formou-se em jornalismo pela Universidade de
Brasília e fez MBA em gestão empresarial na Fundação Dom Cabral.
Começou a trabalhar, como estagiária, no Jornal de Brasília em 1978,
enquanto cursava a universidade. Seu primeiro emprego foi na Folha de S.
Paulo, na qual permaneceu entre 1980 e 1986. A partir de 1987,
trabalhou na sucursal brasiliense do jornal O Globo, primeiro como
repórter, depois como coordenadora de Economia e chefe de redação.
Naquele ano, cobriu o pedido de moratória da dívida externa brasileira e
o Plano Bresser, tentativa do governo Sarney de controlar a inflação.
Em 1989, a jornalista voltou a cobrir um plano econômico do governo, o
Plano Verão, traçado pelo economista Maílson da Nóbrega. Sobre as
dificuldades do exercício do trabalho jornalístico em Brasília, onde as
relações entre público e privado nem sempre ficam claras, Silvia é
enfática ao se reportar à experiência no jornal O Globo no início da sua
carreira: “A minha escola, por eu ter trabalhado no Globo desde muito
nova, sempre fui assim: eu sou rigorosamente exigente nesse aspecto.
Acho que o jornalista tem que ser jornalista, não dá para ser outra
coisa, não tem como servir a dois senhores, se perder nessa orientação.
Você tem que ser isento, você tem que viver do seu trabalho, saber o que
pode fazer no seu trabalho para que você possa ser respeitado. Ser uma
pessoa criteriosa, isenta, imparcial. Sabe, essa escola Globo, ela
introduziu essa cultura.”
Silvia Faria recebeu o Prêmio Imprensa Embratel em 1991 por sua
reportagem, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, sobre o uso
irregular de estatais para financiar governos estaduais. Em 1993, teve
uma rápida passagem pela Folha de S. Paulo, como coordenadora de
Economia. No ano seguinte, voltou para o jornal O Globo.
Em 1997, tornou-se coordenadora de Comunicação do Banco Central do
Brasil, cargo em que permaneceu por dois anos, quando foi contratada
pelo Estado de S. Paulo para dirigir a sucursal do jornal em Brasília.
Em 2001, ainda na capital federal, transferiu-se para a revista Época,
como diretora de redação. Em outubro do mesmo ano, Silvia Faria assumiu a
chefia de redação da Rede Globo em Brasília. Três anos depois, foi
promovida à diretoria de jornalismo da sucursal.
Como diretora da sucursal de Brasília, acompanhou acontecimentos importantes da história do país, como as
eleições de 2002,
quando o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva elegeu-se presidente da
República; a posse do novo presidente com grande participação popular; a
primeira crise do governo Lula com o estouro do escândalo do
Mensalão; o
acidente com o avião da Gol no
sul do Pará; a operação Caixa de Pandora, escândalo envolvendo o
senador José Arruda em corrupção, o afastamento do cargo de governador
do Distrito Federal e cassação do seu mandato; a
eleição de Dilma Roussef, primeira presidente mulher no Brasil; e a
visita do presidente Barack Obama a Brasília.
Silvia também comandou transformações expressivas nos telejornais locais,
Bom Dia DF e
DFTV-1ª edição e
DFTV 2ª edição,
com a mudança de âncoras, criação de quadros, presença de
comentaristas; mudança de cenários, de modo a permitir maior circulação
dos apresentadores e interação com a reportagem e especialistas via tela
de TV instalada no estúdio; e, principalmente maior aproximação dos
interesses das comunidades que vivem em Brasília. “O Bom Dia DF, por
exemplo, que tinha 30 minutos de duração passou a 45 minutos e hoje tem
uma hora...E como é muito cedo, ele requer muita estrutura para fazer
coisas ao vivo. Porque senão fica um jornal de manhã com cara danoite e
aí você não consegue dar a impressão para o telespectador de que ele
está vendo uma coisa atualizada. Essa é a primeira característica de um
jornal matutino. E como é longo e aborda muitos assuntos comunitários,
ele requer uma estrutura de comentarista, de entrevistas em estúdio. São
recursos que você precisa para explicar melhor uma informação".
Também na sua gestão à frente de Brasília foi criado o Globo Esporte
local: “A cidade de Brasília tem características que permitem que a
gente explore outros esportes que não sejam só futebol: tem esporte
amador, é a cidade onde mais se tem corrida de rua, trilhas para
bicicleta, aproveita-se muito o Lago – o lago é muito grande – para
fazer esportes náuticos.”
A partir de dezembro de 2011, além de fazer a supervisão dos
telejornais de rede, a jornalista ficou responsável pelo controle
editorial dos noticiários locais de Brasília, Belo Horizonte e Recife;
assim como dos programas
Globo Repórter, Profissão Repórter e
Globo Mar.
Já no mês seguinte, passou a ocupar o cargo de diretora executiva da
Central Globo de Jornalismo da Rede Globo, coordenando coberturas
importantes, como a da CPI do Mensalão e o
julgamento dos acusados pelo STF.
Com a sucessão de
Octávio Florisbal por
Carlos Henrique Schroder na
direção-geral da Rede Globo, Silvia Faria assumiu, em setembro de 2012,
a direção da Central Globo de Jornalismo, no lugar de
Ali Kamel, que passou a responder pela direção-geral de jornalismo e esportes.
Na direção da Central, Silvia Faria é responsável pela coordenação e
planejamento da campanha presidencial, as campanhas para governador,
senador, deputado federal e estadual em 2014. Além de coordenar a
cobertura das equipes de jornalismo nas cinco sedes da Globo (Rio, São
Paulo, Recife, Brasília e Belo Horizonte), Silvia acompanha as
coberturas jornalísticas das 117 emissoras afiliadas. Desde que assumiu o
cargo, já coordenou importantes coberturas jornalísticas como as
manifestações de junho de 2013 em todo o país e o
incêndio na boate Kiss,
em Santa Maria, Rio Grande do Sul, ocorrido em janeiro do mesmo ano e
que deixou 242 jovens mortos e 382 feridos. A cobertura da tragédia pelo
Jornal Nacional é finalista do prêmio Emmy em 2014.
[Depoimento concedido ao Memória Globo por Silvia Faria em 12/11/2012.]