sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Moda, Acesso e Estilo.

Lição do dia: Rolex e Trem não combinam.

Rolex
Sempre vi pessoas andando de metrô expondo produtos caros, como últimos modelos de iPhones, iPads, bolsas e óculos de grifes e pensava: “o que essas pessoas têm na cabeça?”
Reparo bastante no que vejo no metrô e no trem. São containers de pessoas com diferentes culturas, comportamentos e etnias que no mínimo convidam a reflexão. Evito ao máximo usar carro no dia a dia. Moro perto de uma estação de metro e não tenho problema em ir para o trabalho de transporte publico, pelo contrário, vou ouvindo música, lendo livro e até escrevendo minhas ideias em um bloquinho de notas. Assim não sou obrigado a ficar sob alerta com o trânsito, sofrendo o estresse e tensão dos semáforos e congestionamentos imprevisíveis de São Paulo.
Eis que hoje, ao chegar no trabalho e lavar minhas mãos no toalete, noto que a parte de baixo de meu relógio está com pequenos riscos. É a quinta vez que uso esse relógio. Me pergunto “Onde foi que eu ralei meu relógio desse jeito?” – Dois segundos depois, me dou conta do que de fato aconteceu.
Eu que sempre fui contra utilizar produtos de luxo dentro do transporte público, aos poucos, fui baixando a guarda. Comecei a “desandar” utilizando um jeans importado de 300 euros, nunca me importei em utilizar minhas camisas caras que já estão até meio velhas. Há um tempo comprei um óculos de grife no free shop que acabou ficando em minha mala para usar na hora do almoço no trabalho e quando vi, estava com ele no rosto de manhã no metrô.
Recentemente fiz aniversário de 33 anos. É uma data importante e quis me dar um presente que custa pouco mais que a metade do preço de um carro popular. Comprei um Rolex de 7.500 dolares, esse que está com uns pequenos riscos na base da pulseira. Você pode estar pensando que sou louco, mas eu trabalho muito, muito mesmo e é muito raro eu gastar com algo que eu goste de verdade. Não foi fácil chegar onde estou, e as vezes, sinto que sou apenas um número em meio as pessoas que trabalham ao meu redor. Passo desapercebido, sinto que ninguém está a fim de fazer amizade mais, cada um está olhando para o próprio umbigo. Bastou aparecer com uma joia no braço e por mágica um passa a me cumprimentar aqui, outro alí… é uma merda, mas muitas amizades verdadeiras começam por interesse.
Só para ilustrar, na índia existe um monumento, como uma parede repleta de corpos entrelaçados. Na base está cheio de estátuas transando, estilo sexo grupal, e vai chegando ao topo, as estátuas vão diminuindo em quantidade e dão espaço para um casal verdadeiramente apaixonado. A defesa conceitual desse monumento é de que no início as pessoas se relacionam pelo puro e simples interesse físico, por puro desejo sexual. Com o tempo, vão se conhecendo e esse lado animalizado vai dando espaço para um sentimento verdadeiro, que é o amor.
Voltando ao tema central, o fato foi que tentaram roubar meu relógio. Possivelmente com algum objeto metálico como uma pequena chave de fenda. Eu mal mostrei meu relógio, estava de camisa cumprida, sempre atento para não pegar no ferro do teto onde as pessoas se seguram para não mostrar o platinado. Foi coisa de filme, não senti nada, nem um esbarrão. Não conseguiram levar porque o relógio tem uma trava engenhosa e ilógica que eu quando fui comprar tive que perguntar para a pessoa da loja “como é que abre isso, pode me mostrar?”.
Bom, fica aqui a lição: Rolex e trem não combinam. São como água e óleo.
Texto enviado por Bruno D.
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