quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Especialistas alertam para necessidade de se debater e prevenir o suicídio


A maioria dos casos está relacionada a transtornos psicológicos. No Brasil, o número de registros cresceu 45% em 15 anos, com 9.852 mortes em 2011. Em média, uma pessoa se mata a cada hora

Publicação: 11/09/2013 08:20 Atualização: 11/09/2013 09:28

Cercado de mitos, preconceitos e tabus, o suicídio ainda não deixou de ser tema quase proibido para entrar na agenda da saúde pública. É assunto daqueles que as pessoas diminuem o tom de voz ao abordá-lo. Agora, volta à tona depois de um caso de repercussão, como a suspeita de que o cantor e baixista Champignon tenha atentado contra a própria vida. Diante do embaraço, aqui e em várias partes do planeta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta ontem: um milhão se autoexterminam anualmente. Isso significa, segundo as Nações Unidas, uma vítima a cada 40 segundos.

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No Brasil, o problema também é grave. Levantamento do Correio com base nas informações sobre mortalidade do Departamento de Informática do SUS (Datasus) aponta que o número de suicídios notificados saiu de 6.780, em 1996, para 9.852, em 2011 — um incremento de 45%. A média é de uma vida perdida a cada hora. Quarenta por cento das vítimas tinham entre 30 e 49 anos, seguidas pelo grupo mais jovem, de 15 a 29 anos, que corresponde a 30% do total de mortos. O Brasil fechou 2011 com um índice de 5,1 suicídios por 100 mil habitantes. A taxa não chega a de países como Finlândia, França ou China (mais de 16 por 100 mil habitantes), mas é grave o bastante para preocupar especialistas.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dicas e mais dicas

Acento ou assento?

Por Thaís Nicoleti
Veja só a confusão que ocorreu outro dia num texto sobre automóveis:
“De acordo com o médico, veículos modernos são projetados para evitar dores no corpo do condutor. Os modelos mais sofisticados trazem acentos com abas laterais (sustentam o corpo e protegem a região lombar), volante com ajuste de altura e profundidade e fácil acesso aos pedais.”
Já percebeu qual foi o problema? “Acento” no lugar de “assento”! Pois é, “acento” é bem diferente de “assento”. Essas palavras são chamadas, na gramática tradicional, de homônimos. Isso porque elas têm exatamente a mesma pronúncia. A semelhança, no entanto, para por aí. Cada uma tem uma grafia e cada uma tem seu significado. Não há corretor ortográfico que nos ajude a corrigir esse tipo de erro. O único jeito mesmo é saber a hora de usar cada um dos homônimos.
Assento serve para sentar-se (veja a semelhança gráfica entre as palavras, que são da mesma família). O verbo “assentar” também pertence ao grupo de cognatos. Aliás, esse verbo tem dois particípios (assentado e assente). Foi a segunda forma que a angolana vencedora do concurso Miss Universo 2012 usou em sua declaração: “”De certa forma, a minha vida acaba de mudar. Vou precisar de Deus e de ter os pés bem assentes na Terra”.
Assento, com “ss”, é o banco do carro, é a poltrona do cinema, é a cadeira do brinquedo no Hopi Hari, é um lugar (o Brasil pleiteia um assento na ONU) e até mesmo… as nádegas!
Acento, com “c”, é a sílaba forte de uma palavra, o sinal gráfico que a demarca ou mesmo o sotaque.
Como vemos, “acento” e “assento” são coisas bem diferentes!… Vamos corrigir a frase? Veja abaixo:
“De acordo com o médico, veículos modernos são projetados para evitar dores no corpo do condutor. Os modelos mais sofisticados trazem assentos com abas laterais (sustentam o corpo e protegem a região lombar), volante com ajuste de altura e profundidade e fácil acesso aos pedais.”
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Lixo de gente

10/09/2013 - 03h20


Jânio de Freitas.

 
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Há quem pense que faz pouco quem passa a vida, para ganhá-la honestamente, lidando com os restos deixados pelos outros. É o que pensam --se os imaginamos capazes de pensar-- os depredadores que despejam nas ruas o lixo das caçambas públicas, a pretexto de manifestação e protesto. O que fazem é impor um acréscimo perverso de degradação aos garis, sem a mais mínima consideração humana a esses a quem devemos, mais do que a quaisquer outros, a possibilidade de vida em comum nas usinas de imundice chamadas de cidades.
Destruir utensílios urbanos e emporcalhar prédios públicos é antissocial. Quebrar porta de banco como "agressão ao capitalismo" é imbecilidade. Mas não é provável que os autores de tais façanhas sejam capazes de perceber que não produziram efeito algum, além da mera destruição.
Mas quando voltam a sua cretinice feroz contra alheios indefesos e, ainda pior, já subjugados pela vida, aí essas bestas de cara escondida ou descoberta se tornam revoltantes. Por mim, são indefensáveis. O que quer que lhes aconteça é problema estritamente seu. Nada tem a ver com democracia ou com direitos humanos.
Poderiam ser levados para a cadeia ou o hospital metidos em uma caçamba de lixo.
A SOLUÇÃO
Tão limitados à política do "somos contra" quanto a União Soviética, os russos de Putin romperam ontem com a tradição.
Sua proposta de que a Síria submeta à vigilância internacional o seu estoque de armas químicas é a primeira ideia inteligente para o problema sírio. A solução política que esvazie a ansiedade bélica de Estados Unidos e França.
A proposta não convém a Barack Obama, tanto por vir do governo Putin, como por lhe retirar o tão necessário faturamento na opinião pública americana, como todas as guerras e ameaças fazem por lá.
Também por ser russa, no entanto, a ideia tende a encontrar na Síria de Assad a receptividade que lhe faltaria se proveniente de potência ocidental. Seria interessante ver a inteligência prevalecer, por uma vez, sobre a sanha de bombardear, arrasar, matar.
OS MESMOS
Primeira-dama do agronegócio, a senadora Kátia Abreu sustentou, em artigo na Folha, que "os financiadores (da defesa dos índios) são de países que competem com a agricultura brasileira e que cobiçam nossas riquezas minerais e vegetais". E, esqueceu-se a senadora, são também os fornecedores dos agrotóxicos e das sementes deformadas em uso pelo agronegócio, para aumentar sua lucratividade em detrimento de outras e melhores qualidades da agricultura esperáveis pelos consumidores daqui e de fora.
REFORMA
A ministra Marta Suplicy, da Cultura ou lá do que esteja sob esse rótulo, segundo a coluna de Ancelmo Gois ("O Globo"), emitiu breve informação sobre a autoritária proibição de biografias não autorizadas pelo autor ou por parentes: "Ainda não formei opinião".
Melhor assim. Da última vez que formou opinião, a cultura da ministra induziu-a destinar dinheiro dos cofres públicos para um costureiro exibir seus babados em Paris. O mesmo que, disse o próprio, já o fizera por lá duas vezes e com dinheiro seu.
Agora não é Ministério da Cultura, é Ministério da Costura.
Daniel Marenco/Folhapress
Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa com perspicácia e ousadia as questões políticas e econômicas. Escreve na versão impressa do caderno "Poder" aos domingos, terças e quintas-feiras.

Às vésperas da cotação sobre cassação, Raad vai à Justiça


O deputado distrital recorreu ao TJDFT para tentar suspender o caso. A atitude desagrada aos colegas, que podem cassá-lo amanhã

Publicação: 10/09/2013 06:04 Atualização:

Rodrigo Nazário: 'O deputado Raad merece ter o mesmo tratamento conferido pela Câmara a outros colegas' (Ed Alves/CB/D.A Press)
Rodrigo Nazário: "O deputado Raad merece ter o mesmo tratamento conferido pela Câmara a outros colegas"


A batalha para tentar impedir que a análise da cassação do distrital Raad Massouh (PPL) vá ao plenário da Câmara Legislativa do DF amanhã chegou ao Judiciário. A defesa do deputado entrou ontem com um mandado de segurança pedindo liminarmente a suspensão do processo que pode levar à perda do mandato do parlamentar por quebra de decoro. A expectativa é de que algum desembargador dê resposta ao pedido até hoje, já que a sessão está marcada para amanhã.

Conforme o Correio antecipou na semana passada, a principal base da argumentação dos advogados de Raad é o pedido de tratamento isonômico em relação a três outros parlamentares que tiveram procedimentos semelhantes suspensos recentemente pela Mesa Diretora.

“Pedimos a suspensão do processo em curso na Câmara até que o Conselho Especial (do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) analise o mérito do mandado de segurança. O deputado Raad Massouh merece ter o mesmo tratamento conferido pela Câmara Legislativa a outros colegas que têm até o processo mais avançado na esfera judicial”, explica o advogado de defesa do parlamentar, Rodrigo Nazário. A documentação foi entregue no TJDFT no início da tarde de ontem e, até o fechamento desta edição, ainda não havia resposta. “Mas não deve demorar, normalmente esses pedidos são analisados com rapidez”, acrescentou Nazário.

Livro alerta para lesões causadas por posturas de ioga.

10/09/2013 - 02h57



 
RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO
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Uma cirurgia no crânio para retirada de tecidos mortos no cérebro e controle de hemorragias. Esse foi o tratamento para os danos de um acidente vascular cerebral sofrido por uma mulher de 28 anos que executava a postura do arco elevado: o corpo fica arqueado para trás o mais alto possível, apoiado nos pés e nas mãos, enquanto também se dobra o pescoço.
Na hora, ela sentiu "uma severa dor de cabeça latejante". No hospital, os médicos descobriram que uma artéria do pescoço tinha sido comprimida. Depois de dois anos de fisioterapia, ela ainda sofria tremores no braço esquerdo e sequelas no olho.
Esse é um dos casos de lesão grave relatados no livro "Moderna Ciência do Yoga "" Os Riscos e as Recompensas", que chega agora ao Brasil. Praticante de ioga há mais de 40 anos, o autor é editor sênior do "New York Times" e se dedicou a pesquisas sobre o tema por cinco anos.
Quando o livro saiu nos EUA,em 2012, William Broad foi chamado de "o inimigo número um da ioga". "Para muitos, ioga é como uma religião", disse à Folha. "Fui considerado um herege." Ele levantou estudos que relatavam um crescente número de lesões, além de lembrar sua própria experiência como lesionado.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress
"Uma dor cegante me obrigou a ignorar tudo. Minhas pernas falharam, e o recinto desapareceu em meio às lágrimas. Meu corpo bateu com força na parede. A recuperação levou semanas."
Talvez o mais impressionante, porém, seja um estudo realizado em 2009 com 1.300 professores e terapeutas de 34 países pedindo que informassem sobre lesões sérias que tinham visto.
Houve 231 relatos de lesões na porção inferior nas costas, 219 incidentes nos ombros, 174 no joelho, 110 no pescoço e ainda 43 ocorrências de hérnia de disco, 17 relatos de fraturas e cinco casos de problemas cardíacos. E apareceu o AVC, com quatro relatos.
"Não acredito que a ioga seja arriscada. Sou professor há mais de 30 anos e nunca tive casos", diz Anderson Allegro, 49, presidente da Aliança do Yoga, fórum de escolas de ioga no Brasil.
Mas eles existem. O ortopedista Henrique Cabrita, do Instituto Vita, diz receber até dois pacientes por mês com lesão no quadril por excesso de esforço em posturas de ioga, como a posição de lótus, estilo de básico de sentar.
Já no Instituto Cohen de Ortopedia, "as lesões não são tão frequentes", segundo o ortopedista Moisés Cohen.
Mas ele já atendeu casos de lesões nos meniscos que necessitaram de cirurgia.
Para fugir do bisturi, o iogue Roberto Marques, 32, recorreu a práticas da própria disciplina. Ele sofreu uma lesão há nove anos, quando demonstrava uma postura difícil, chamada "matsyendrasana", uma torção da coluna.
"Meu joelho estalou, houve rompimento do menisco medial. Consultei ortopedistas, os quatro recomendaram cirurgia. Preferi não fazer."
Apesar dos possíveis riscos, Broad, os mestres e os médicos ouvidos pela reportagem concordam que os benefícios são grandes, desde que o praticante e seu orientador estejam alertas.
"Os riscos, em geral, estão relacionados a erros nas posições e excessos de treinamento", afirma Cohen.
E Cabrita adverte: "Pacientes com artrose de quadril não devem fazem posições extremas. É importante ter uma boa orientação e que se conheçam lesões e queixas de dores dos praticantes".
MODERNA CIÊNCIA DO YOGA
Preço R$ 39,90
Editora Valentina

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Análise: Há situações em que voto secreto está a serviço da democracia

04/09/2013 - 12h08



 
MARCO ANTONIO TEIXEIRA
RAFAEL ALCADIPANI
ESPECIAL PARA A FOLHA
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Pressionado pela opinião pública após a desastrosa manutenção do mandato do deputado Natan Donadon, a Câmara aprovou uma PEC que determina o fim do voto secreto no Parlamento em todos os casos previstos pela Constituição Federal.
O alcance do voto secreto não se limita a cassações de mandato parlamentar. O expediente vale para eleição de presidentes dos Legislativos, julgamento das contas do presidente da República, autorização de estado de sítio, indicações de autoridades e chefes de missões diplomáticas, exoneração "de ofício" do procurador-geral da República e ainda apreciação de vetos presidenciais a leis aprovadas pelo Congresso.
Discutir o fim de todas as possibilidades de voto secreto apenas no calor do caso Donadon revela a simplificação de um debate que é muito mais complexo.
Em situações como a do deputado preso, o anonimato obviamente não faz o menor sentido. O Legislativo deve sim, de forma transparente, dizer se avaliza ou não a permanência na instituição de alguém condenado na esfera criminal com trânsito em julgado (sem possibilidade de recurso).
Mas há casos em que o voto secreto está a serviço da democracia. Na derrubada de vetos, assim como nas votações para a indicação de autoridades para altos cargos públicos, o voto secreto faz sentido porque é um instrumento capaz de proteger o parlamentar das pressões do Executivo e de interesses corporativos. Como se vê, o debate não é tão simples como se apresenta.
Por fim, o instrumento do voto secreto é algo muito importante para ser discutido a toque de caixa. O episódio demonstra que nosso Parlamento tem sido muito mais reativo do que propositivo, fato que certamente contribui para a sua imagem negativa junto à sociedade.
MARCO ANTONIO CARVALHO TEIXEIRA é professor do curso de administração pública da FGV-SP.
RAFAEL ALCADIPANI é professor do curso de administração de empresas da FGV-SP.
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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Manifestantes entregam bananas no Aeroporto JK em ato sobre lei trabalhista.


O Projeto de Lei 43/30 prevê a regularização de contratação de serviços terceirizados para as atividades empresariais

Publicação: 03/09/2013 11:43 Atualização: 03/09/2013 12:51

Sindicalistas entregam bananas aos passageiros do Aeroporto JK (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
Sindicalistas entregam bananas aos passageiros do Aeroporto JK

Um grupo de sindicalistas da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB) entregou bananas às pessoas que desembarcavam no Aeroporto Internacional de Brasília nesta terça-feira (3/9). O ato foi realizado contra o Projeto de Lei 43/30, que, de acordo com a CTB, "atropela as leis trabalhistas”. O texto prevê a regularização de contratação de serviços terceirizados para as atividades empresariais.

Presidente da câmara diz que cobrará do STF urgência para decidir cassação de Donadon

03/09/2013 - 


 
DE SÃO PAULO
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O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que cobrará do STF (Supremo Tribunal Federal) urgência para decidir a questão da cassação de Nathan Donadon (RO), primeiro parlamentar preso desde a redemocratização do país. A declaração foi divulgada em nota no final da noite desta segunda-feira (2).
O ministro do STF Luís Roberto Barroso suspendeu a sessão da Câmara que manteve o mandato de Donadon. O magistrado, porém, quer que a Mesa Diretora da Câmara declare a perda do mandato. Além disso, o plenário do STF ainda terá que analisar a decisão.
Alves virou então alvo de pressão tanto do PSDB como do PT: a oposição quer que o presidente da Câmara declare imediatamente a perda do mandato, enquanto aliados do governo defendem que se aguarde a decisão do plenário do Supremo, que poderá confirmar ou derrubar a decisão de Barroso.
Os petistas temem que, se Donadon for cassado, os deputados condenados no julgamento do mensalão terão o mesmo destino.
SESSÃO
A Câmara dos Deputados livrou Donadon da cassação na noite de quarta-feira (28) em votação secreta. O plenário registrou apenas 233 votos pela cassação --24 a menos do que o mínimo necessário--, contra 131 pela absolvição e 41 abstenções.
Dentre os 108 deputados que faltaram na sessão, 50 haviam registrado presença na Casa e se ausentaram do plenário na hora de deliberar sobre o tema.

Natan Donadon

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Sérgio Lima - 28.ago.13/Folhapress
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O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO) se ajoelha no plenário da Câmara após sessão em que parlamentares decidiram não cassar o seu mandato apesar de ele ter sido condenado pelo STF e estar preso
A ausência dos parlamentares no dia que tradicionalmente há o maior quórum na Casa beneficiou Donadon. Outra coisa que ajudou o deputado-presidiário, foi sua defesa: a mais de 400 congressistas, chorou e implorou pela absolvição, citando dramas que vive em sua cela.
Donadon está encarcerado desde o dia 28 de junho em um presídio do Distrito Federal. Foi condenado pelo STF a mais de 13 anos de prisão pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia por meio de contratos de publicidade fraudulentos.
Segundo a Penitenciária da Papuda, onde Donadon está preso, ele ocupa cela individual pelo status de deputado. Sua família ainda ocupa um apartamento funcional em Brasília, que deveria ser desocupado em caso de cassação. "Tenho sofrido muito, até para alugar uma casa está difícil, minha mulher veio aqui pedir pelo amor de Deus", afirmou, em referência ao apartamento funcional que sua família ainda ocupa em Brasília e que deverá ser desocupado em caso de cassação. A Câmara cortou o seu salário e demais verbas desde que foi preso.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Após denúncia, Dilma convoca reunião de emergência sobre espionagem

02/09/2013 - 11h12


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TAI NALON
DE BRASÍLIA
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Atualizado às 12h07.
Após novas suspeitas de espionagem norte-americana reveladas em reportagem da TV Globo neste domingo, desta vez como alvo a própria presidente, Dilma Rousseff convocou para a manhã desta segunda-feira (2) uma reunião de emergência no Palácio do Planalto
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) confirmou o encontro durante evento mais cedo no Palácio do Planalto. Disse que havia sido convocado, devido a uma "situação de emergência" e citou o caso de espionagem.
Oficialmente, constam da agenda matutina da presidente o próprio Carvalho e o ministro Paulo Bernardo (Comunicações). Mas os ministros Celso Amorim (Defesa), Helena Chagas (Comunicação Social), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e José Elito (Gabinete de Segurança Institucional) também estiveram com a presidente em duas reuniões diferentes. As reuniões começaram por volta de 9h45 e terminaram pouco antes de meio-dia.
Ontem, Dilma se reuniu ontem com o ministro José Eduardo Cardozo. O ministro Paulo Bernardo considerou a espionagem "um absurdo completo". Segundo ele, "não tem nada a ver com segurança nacional [dos EUA]. Isso é arapongagem para obter vantagem nas negociações comerciais e industriais", afirmou.
SUSPEITAS DE ESPIONAGEM
Segundo reportagem do "Fantástico", da Rede Globo, exibida neste domingo, a presidente foi alvo direto da espionagem realizada pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos).
Os documentos secretos que basearam as denúncias foram obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald com o ex-técnico da NSA Edward Snowden. Eles faziam parte de uma apresentação interna para funcionários da agência.
De acordo com o programa, foi monitorada a comunicação entre Dilma e seus assessores, assim como dos assessores entre eles e com terceiros. Também Enrique Peña Nieto, atual presidente mexicano (então líder na campanha presidencial), teria sido espionado.
O documento obtido pelo "Fantástico" mostra que a NSA utilizou programas capazes de capturar inclusive o conteúdo de e-mails.
No caso de Dilma, o objetivo da operação seria o de "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente e seus principais assessores".

domingo, 1 de setembro de 2013

Médico cubano vê vinda ao Brasil como chance de fazer pé-de-meia.

01/09/2013 - 01h30
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FLÁVIA MARREIRO
DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
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"Mãe, o que você acha de Carlos David?", pergunta Laura, 25, com uma barriga redonda em um vestido florido, a Ana, uma médica de 49 anos que deixará Havana rumo ao Brasil no dia 10.
"Gosto muito", diz a médica, que diz que o terceiro neto nasce em novembro. "Com o primeiro foi o mesmo. Eu estava na Venezuela, mas pude vir para o parto. Foi bom. Agora não sei como vai ser."
Missões no exterior elevaram status da carreira médica em Cuba
Exportação de médicos em massa afeta sistema de saúde cubano
Não só Ana, funcionária de um hospital de Havana, mas também seu marido, em missão técnica pelo governo de Cuba num país africano, podem perder o nascimento.
A médica não tem dúvida, no entanto, de que valerá a pena ser um dos 4.000 profissionais recrutados por Cuba para o Mais Médicos.
Ela diz não saber quanto ganhará no Brasil. Ouviu que serão US$ 1.000 (R$ 2.380) dos US$ 4.201 (R$ 10 mil) que o governo brasileiro pagará ao cubano por médico, mas isso não lhe importa.
"Por pior que seja o país, vale a pena. Sempre o salário vai ser maior do que aqui. E o que ganhamos vale muito aqui em Cuba. Além do mais, é uma coisa que não é fácil de entender. Nós somos formados desde pequenos com outra ideia de medicina, gostamos de servir", diz Ana.
Sem os sete anos em que ela e o marido passaram na Venezuela, em missão similar a que cumprirá no Brasil, ela jamais compraria a casa própria subsidiada pelo Estado no valor de US$ 4.000.
Em Cuba, há duas moedas vigentes. O peso cubano, da maioria dos salários e de alguns produtos básicos, e o CUC, equivalente ao dólar, que compra tudo o mais.
A médica, com mestrado em emergências médicas e professora, ganha algo como US$ 26 mensais --ou R$ 62.

Editoria de Arte/Folhapress

sábado, 31 de agosto de 2013

Ex-dono da Vasp é preso em Brasília por fraude tributária

31/08/2013 - 13h16
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
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O empresário Wagner Canhedo, 77, ex-dono da Vasp (Viação Aérea São Paulo), hoje falida, foi preso hoje pela manhã ao sair de sua casa no Lago Sul, em Brasília, sob acusação de fraude tributária.
Os policiais de Brasília cumpriram uma ordem de prisão expedida pela 2ª Vara Criminal de Florianópolis, na qual Canhedo foi condenado, em maio de 201,1 a 4 anos e 5 meses de prisão em regime semi-aberto, pelo juiz substituto Emerson Feller Bertemes.
O empresário não resistiu e foi levado, sem algemas, à carceragem da Polícia Civil de Brasília. O delegado que prendeu o empresário, Sérgio Henrique Moraes, disse que Canhedo deverá ser transferido nos próximos dias para o Centro de Progressão Penitenciária da capital, já que o regime semi-aberto permite a Canhedo dormir na prisão e trabalhar durante o dia.
Na sentença, o juiz observou que "a conduta criminosa do acusado" se refere à "inserção de dados inexatos" no resumo mensal de demonstrativos e guias de informação e apuração do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) da Vasp, o que "suprimiu imposto devido" ao Estado de Santa Catarina, de 1997 a 1999, no total de R$ 486 mil, em valores não corrigidos.
Os advogados de defesa de Canhedo argumentaram, no processo, que ele não teve participação na fraude. Ao interpretar os documentos, contudo, o juiz entendeu que a ata de constituição de diretoria "comprova que o acusado era o diretor presidente da empresa Vasp e, portanto, responsável pelo ilícito imputado".
A defesa de Canhedo também afirmou que a empresa foi beneficiada pelos efeitos de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), tomada em 2007, que teria interrompido os efeitos de uma execução fiscal adotada conta a Vasp pelo Estado de Santa Catarina por impostos devidos. Segundo o juiz, a decisão do STF "não afasta a conduta ilícita do acusado".
Os advogados queriam também suspender a ação até o julgamento de outra ação direta de inconstitucionalidade no STF, mas o juiz disse que uma eventual vitória no STF pouco importará na causa, pois "o crédito lançado pelo acusado continuará irregular, configurando ainda assim o crime".
De acordo com a sentença do juiz, a testemunha arrolada pela defesa de Canhedo "em nada contribuiu para o esclarecimento dos fatos, sendo meramente abonatória". A testemunha arrolada pela acusação foi o fiscal estadual de tributos responsável pela investigação fiscal, que "confirmou a autenticidade dos documentos que instruem a denúncia", segundo o juiz.
Em entrevista ontem pela manhã à TV Globo em Brasília, na delegacia após a prisão, Canhedo disse ter ficado "surpreso" com a decisão. Ele afirmou inocência e que "não conhecia" o processo. O empresário alegou ainda que "tem crédito a receber de ICMS".
Um advogado de Canhedo visitou-o na carceragem, ontem pela manhã. Ele não foi localizado pela Folha para falar sobre a prisão.
FALÊNCIA
Canhedo adquiriu o controle da Vasp em 1990. A empresa aérea passou por inúmeras dificuldades até deixar de operar, em 2005.
Fora das atividades de aviação desde então, Canhedo voltou-se para o transporte público de passageiros em Brasília, onde sua família controla uma empresa concessionária do Governo do Distrito Federal.
Canhedo também possui uma propriedade rural em Goiás.
Segundo os policiais que o prenderam hoje pela manhã, ao sair de sua casa ele disse que estava indo à sua fazenda para pagar o salário de funcionários.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Após poupar deputado preso, Câmara revê rito de cassações.

30/08/2013 - 03h00

 


 
BRENO COSTA
RANIER BRAGON
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
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Após preservarem o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), preso há dois meses por desvio de dinheiro público e formação de quadrilha, congressistas ressuscitaram ontem a defesa de uma "agenda positiva" para tentar diminuir o desgaste causado pelo episódio, que será objeto de questionamento na Justiça.
Palavras como "vergonha", "insensatez" e "desrespeito" pontuaram as falas pública dos parlamentares, apesar de na noite de anteontem só 45% dos deputados terem apoiado a cassação de Donadon na votação secreta.
A manifestação dos congressistas começou logo cedo com o anúncio de votações de projetos que, até ontem, estavam estacionados.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o Congresso não sofrerá desgaste porque dará uma resposta "pronta, célere e muito eficaz". Ele disse que o Senado votará a emenda à Constituição que determina a perda imediata do mandato de congressistas condenados por determinados crimes.
Mais tarde, o Senado informou que isso só será votado em meados de setembro.
Autor da proposta, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acusou Renan de ter atrasado a votação da medida várias vezes e se disse descrente de que a Câmara vá ratificar a proposta. "O Congresso faz o possível para cavar sua própria cova."
Discurso e relato de drama na cela ajudaram defesa de Donadon
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que só haverá votações de cassação após a aprovação da emenda que torna aberto o voto.
Mas o projeto, já aprovado no Senado, está ainda em uma comissão especial e levará ainda algumas semanas para estar pronto.
Protegidos pelo sigilo, 131 deputados votaram a favor de Donadon na noite de anteontem. Outros 41 se abstiveram e 108 não votaram. Faltaram 24 votos pela cassação.
"Foi lamentável a posição da Câmara. Demonstra que precisamos urgentemente do voto aberto para a cassação de mandatos", afirmou o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e provável candidato à Presidência.
Condenado a sete anos de prisão e cassado pelo plenário da Câmara durante o escândalo do mensalão, o presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, esteve ontem no Senado e disse que a decisão da Câmara "vai dar fôlego às manifestações de rua do 7 de Setembro".
JUSTIÇA
A suspensão do mandato de Donadon após o plenário mantê-lo -decisão adotada por Henrique Alves- será contestada na Justiça.
Num despacho em que não cita qualquer artigo legal, Alves determinou o "afastamento" de Donadon e convocou o suplente, Amir Lando (PMDB-RO), que tomou posse ontem.
O advogado de Donadon, Gilson Stefanes, disse que o ato de Henrique Alves é ilegal e que vai reforçar a ação no STF em que contesta a suspensão do pagamento de salário a Donadon. "Ele [Henrique] é um medroso. É um ato de medo. Medo da imprensa, da opinião pública", disse Stefanes.
Além disso, PSDB e PPS pedirão a anulação da sessão. Os dois partidos argumentam que a Câmara deveria ter decretado a perda do mandato sem levar o caso ao plenário.

Editoria de Arte/Folhapress

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

População brasileira ultrapassa a marca 200 mi, mas terá declínio em 30 anos

29/08/2013 - 10h00

 



 
PEDRO SOARES
DO RIO
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A um ano da Copa de 2014, já somos mais de 200 milhões de brasileiros "em ação". A projeção oficial da população do IBGE, divulgada nesta quinta feira, estimou 201.032.714 de pessoas vivendo no país. Pela primeira vez, a marca de 200 milhões foi superada --a cifra era de 199.242.462 em 2012.
A marca exata de 200 milhões foi alcançada, segundo a projeção do IBGE, em 2 de dezembro de 2012.
O Estado de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 43.663.672 habitantes. Na sequência aparecem Minas Gerais (20.593.966) e Rio de Janeiro (16.369.178).
Já o Estado menos populoso do país é Roraima, com 488.072 habitantes.
O crescimento populacional brasileiro está, porém, com os anos contados. O instituto prevê que o número de habitantes crescerá até 2042, quando a estimativa aponta para um total 228,4 milhões de pessoas. A partir de então, o contingente populacional se reduzirá gradualmente até chegar a 218,8 milhões em 2060, mesma cifra estimada para a população brasileira de 2025.
Embora a inversão da curva de crescimento da população só ocorra em 29 anos, o Brasil já vive há décadas um declínio contínuo do ritmo de crescimento da população, decorrente principalmente do fato de que as mulheres têm cada vez menos filhos.
Em 2013, a taxa de natalidade ficou em 1,77 filho por mulher --em 2000, por exemplo, estava em 2,39 filhos. Desde 2007, o número já é menor do que o necessário para repor a população --um casal tem de ter, ao menos, duas crianças para "substituí-los".
"A redução esperada do nível de crescimento da população é decorrente, principalmente, da queda do número médio de filhos por mulher, que vem decrescendo desde a década de 1970", diz o IBGE.
Essa redução da taxa de natalidade se acentuará ainda mais, segundo a projeção do IBGE. Cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, as mulheres terão ainda menos filhos no futuro e vão postergar ainda mais maternidade, segundo o estudo. A previsão é de uma taxa de fecundidade em torno de 1,5 a partir de 2030 e um aumento da idade média para as mulheres se tornarem mães --de 26,9 anos, em 2013 para 29,3, em 2030.
"O papel da mulher mudou e elas estão mais presentes no mercado de trabalho. A maternidade já não tem o mesmo valor na sociedade que tinha há 20 ou 30 anos atrás", diz Ana Amélia Camarano, demógrafa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Camarano aposta que a população brasileira começará a se reduzir ainda mais cedo do que aponta o estudo do IBGE, por volta de 2030, em razão especialmente desta menor fecundidade.
Ela aponta ainda que o Brasil terá de enfrentar no curto prazo os problemas causados por esta redução populacional, o enfraquecimento da economia. "Isso é um problema. Um país que perde população é o mesmo que uma sociedade em decadência. Há perda de poder econômico, menos pessoas em idade para trabalhar, para pagar impostos e para manter a Previdência dos mais velhos", diz a demógrafa do Ipea.
Editoria de Arte/Folhapress