quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cultura.

Dos Correios Clarice Lispector elaborava pinturas com temas abstratos. "O processo criador do escritor e do pintor são da mesma fonte”, disse a escritora Clarice Lispector, cuja obra escrita esteve estreitamente ligada à imagem por meio de personagens e cenários construídos com a habilidade de quem guia a caneta como pincel. Clarice mergulhou no mundo pictórico, fez desenhos, pintou abstrações para presentear amigos e mostrou que o trânsito de uma linguagem para a outra é possível e faz parte, para ela especialmente, do ingresso no mundo imaginativo. “Antes de mais nada, pinto pintura. Quando eu escrevo, misturo uma tinta a outra, e nasce uma nova cor”, descreveu. Além dela, outros nomes expoentes da literatura brasileira recorriam e recorrem ao desenho e à pintura para dar vazão ao imaginário. O escritor gaúcho Érico Veríssimo desenhava os personagens que abrigaria em obras literárias, como O tempo e o vento. Manoel de Barros faz verdadeiros desenhos verbais em traços suaves. Ferreira Gullar, poeta e crítico de arte, pinta desde os 13 anos. “A primeira coisa que eu tentei fazer quando eu era garoto foi pintar e não escrever. Depois que conheci a poesia, parei de pintar e me dediquei inteiramente a ela”, relata, em entrevista ao Correio, Gullar, que voltou a pintar em 1969, mas não se considera artista plástico. Leia mais notícias em Diversão & Arte A capacidade de transitar pelos dois gêneros da arte também está presente na obra do escritor e pintor angolano Ondjaki. Segundo ele, a plasticidade das palavras deve vir guiada pela necessidade que o texto literário apresenta. “A palavra pode ser plástica como a pintura se servir um dado objetivo literário. A palavra não pode ser plástica por ser plástica. Não podemos brincar com a plasticidade das palavras como mero exercício”, disse em entrevista ao blog angolano Buala.

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