Fábio Raposo, coautor do crime, alega ter encontrado o artefato no chão e entregado a outro homem
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou o homem que acendeu o rojão que atingiu Santiago Andrade, durante um protesto no Rio de Janeiro, na última quinta-feira. O cinegrafista da emissora Bandeirantes teve a morte cerebral confirmada ontem. “Temos convicção de quem foi a pessoa que acendeu o artefato. O próximo passo é pedir a prisão desse elemento, que já foi reconhecido”, garantiu o delegado Maurício Luciano, responsável pelo caso. Um mandado de prisão foi solicitado ao poder Judiciário, mas o nome do homem, que pode ser preso ainda hoje, não foi divulgado. Para identificá-lo, a polícia teve a ajuda de Fábio Raposo, coautor do crime, que alega ter encontrado o artefato no chão e entregado ao outro homem. A dupla será indiciada por homicídio qualificado e explosão e poderá pegar mais de 35 anos de prisão, caso condenada.
Raposo está preso temporariamente no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e espera obter o benefício da delação premiada por ter colaborado com a investigação policial. “Ele não teve dificuldade em reconhecê-lo”, disse o delegado Maurício Luciano, que salientou, no entanto, que “caberá ao Poder Judiciário decidir se ele colaborou eficazmente para esta investigação”. Jonas Tadeu Nunes, advogado de Raposo, confirma que entregou ontem à polícia civil o nome, a identidade e o CPF do homem que teria lançado o rojão contra Santiago. Segundo Nunes, o cliente e o outro suspeito não eram amigos, mas se conheciam de outras manifestações. “Eles se conhecem pelos codinomes”, explicou. A partir do apelido, Raposo indicou uma terceira pessoa que ajudou a identificar o homem.
Leia mais notícias em Brasil
Apesar de ter sido indiciado por homicídio qualificado, a intenção do advogado de Raposo é mudar a qualificação do crime para lesão corporal gravíssima seguida de morte. Com isso, Nunes pretende diminuir a prisão temporária de Raposo e evitar que o ativista cumpra pena em regime fechado. “Vou trabalhar para que, se vier uma condenação, que seja em regime semiaberto. (Raposo) é um menino franzino, que tem problemas psicológicos graves, precisa de remédios. Vamos provar isso na Justiça.” A intenção de Nunes é que o jovem cumpra pena em estabelecimento prisional psiquiátrico. Um pedido de prisão domiciliar também não está descartado.
Embora a tragédia com Santiago Andrade tenha gerado manifestações de repúdio de diversas entidades jornalísticas, para o delegado que investiga o caso, o ataque promovido pelos dois jovens “não foi um atentado à liberdade de imprensa”, uma vez que o alvo era os policiais que acompanhavam a manifestação. Maurício Luciano disse ainda que o episódio deveria incentivar uma revisão da legislação relativa a fogos de artifício no Brasil, uma vez que ficou comprovada a letalidade dos artefatos.
Apesar de o caso ter causado revolta em entidades jornalísticas, o delegado não vê atentado à liberdade de imprensa |
Saiba mais...
Advogado diz que se precipitou sobre suposta ligação de deputado com morte Morte de cinegrafista deixa chefes do Executivo de outros estados em alerta Justiça do RJ decreta prisão de segundo envolvido na morte de cinegrafista Marcelo Freixo nega conhecer suspeito de de soltar rojão em cinegrafista "Foi a despedida mais linda", diz filha de cinegrafista morto em protestoLeia mais notícias em Brasil
Apesar de ter sido indiciado por homicídio qualificado, a intenção do advogado de Raposo é mudar a qualificação do crime para lesão corporal gravíssima seguida de morte. Com isso, Nunes pretende diminuir a prisão temporária de Raposo e evitar que o ativista cumpra pena em regime fechado. “Vou trabalhar para que, se vier uma condenação, que seja em regime semiaberto. (Raposo) é um menino franzino, que tem problemas psicológicos graves, precisa de remédios. Vamos provar isso na Justiça.” A intenção de Nunes é que o jovem cumpra pena em estabelecimento prisional psiquiátrico. Um pedido de prisão domiciliar também não está descartado.
Embora a tragédia com Santiago Andrade tenha gerado manifestações de repúdio de diversas entidades jornalísticas, para o delegado que investiga o caso, o ataque promovido pelos dois jovens “não foi um atentado à liberdade de imprensa”, uma vez que o alvo era os policiais que acompanhavam a manifestação. Maurício Luciano disse ainda que o episódio deveria incentivar uma revisão da legislação relativa a fogos de artifício no Brasil, uma vez que ficou comprovada a letalidade dos artefatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário