segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Caetano Veloso critica Roberto Carlos e cria conflito sobre biografias


Em sua coluna no jornal O Globo, o cantor alfinetou o Rei, que tomou a frente nas movimentações do grupo. Roberto Carlos só apareceu agora, quando da mudança de tom"

Publicação: 04/11/2013 06:05 Atualização:

 (Monique Renne/CB/D.A Press  e Zuleika de Souza/CB/D.A Press)


Divergências internas do Procure Saber, um grupo informal de grandes estrelas da música brasileira, enfraqueceram o discurso contrário à publicação de biografias no Brasil sem restrições. Ao longo das últimas quatro semanas, eles vinham defendendo a manutenção do Código Civil tal como é hoje, que dá aos biografados o poder de censurar as obras. O posicionamento enfático — que rendeu o estigma de censores a ícones da luta contra a ditadura, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque — deu lugar a um tom mais moderado nas duas últimas semanas, com a divulgação de um vídeo capitaneado por Roberto Carlos. Na gravação, o Rei, Erasmo Carlos e Gil pediram desculpas por não terem sido claros nas primeiras declarações, disseram-se a favor de biografias não autorizadas, mas mantiveram a opinião de haver limites.

Uma semana se passou sem que qualquer integrante do Procure Saber explicasse por que os outros participantes da associação não participaram do vídeo. O silêncio mantido pelos artistas, que alimentou as especulações em torno de um possível racha, foi rompido por Caetano Veloso. Em sua coluna no jornal O Globo, o cantor alfinetou o Rei, que tomou a frente nas movimentações do grupo. “Roberto Carlos só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei”, disse. Caetano desautorizou ainda o advogado que vem falando pelo Procure Saber, ao destacar que ele é defensor apenas de Roberto Carlos. O cantor também criticou a contratação de um administrador de crises que teria aconselhado a associação a se desfazer, bem como a interpretação de que o grupo tenha mudado de posição, ao declarar a “inutilidade do novo discurso moderado”.

Para quem vem acompanhando o debate de perto, caso do biógrafo de Roberto Carlos, Paulo Cesar de Araújo, as últimas declarações de Caetano demonstram conflitos internos. “Eles estão batendo cabeça, tentando usar uma argumentação que não se justifica. Disseram que são contra a censura, que concordam com a publicação de biografias não autorizadas, mas com ajustes, com ressalvas. Sempre tem um porém. E também não dizem exatamente quais são esses ajustes”, critica Araújo, autor de Roberto Carlos em detalhes, censurado desde 2007. A defesa de Roberto Carlos confirmou que não trabalha para o Procure Saber, mas que, convidada pelo cantor, participou de uma reunião do grupo, em que Caetano estava presente. No encontro, teria sido acertado um novo rumo de atuação, com a anuência de todos. 

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